tag:blogger.com,1999:blog-6986760881037521773.post7470758416944535783..comments2023-10-09T02:12:36.630-07:00Comments on A CRUZ DE CLIO - As Raízes Históricas do Cristianismo em debate: O IMPÉRIO E A CRUZ: REFLEXOS DA TEOLOGIA IMPERIAL ROMANA NA CRISTOLOGIA DA IGREJA PRIMITIVAFrancisco Vieira Jr.http://www.blogger.com/profile/08442857286116290998noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-6986760881037521773.post-89226970484213731762010-01-03T16:17:32.722-08:002010-01-03T16:17:32.722-08:00Uma questão deve ser colocada na análise do novo t...Uma questão deve ser colocada na análise do novo testamento: são textos maldosos? Numa época que os fariseus estão em rebeldia, eles são atacados. Suas tradições são atacadas. O personagem do novo testamento, Cristo, tem poderes de cura, mas não ensina nem como usar a penicilina, que é produto da natureza, um fungo. Querem achar o Jesus histórico? Mas nem o nome do homem se sabe. Outra questão é que a organização e a hierarquização da religião não tem nada dos judeus.indeterministahttps://www.blogger.com/profile/07602080720707482615noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6986760881037521773.post-78645994473774295532009-11-20T04:27:47.763-08:002009-11-20T04:27:47.763-08:001 – Meier foi bastante honesto ao propor que a tra...1 – Meier foi bastante honesto ao propor que a tradição oriunda de fonte múltipla e independente deve remontar a tradição. Logicamente, é impossível que qualquer fonte independente sobre um fato tenha inventado esse fato. No entanto, deve-se ressaltar que tal critério não é garantia de verdade, uma vez que, no caso concreto da virgindade de Jesus, existem tradições paralelas que se silenciam e que a contradizem. A opinião do mestre de Meier, Ray Brown, é que os relatos da infância de Jesus carecem de historicidade em geral, e Meier concordou com isso. <br /><br />2 - Critérios de Historicidade, como o da Múltipla-Escolha, não podem ser aplicados em supostos acontecimentos sobrenaturais/míticos, pois a característica do mito é ser revestido de historicidade. Malinowsky, por exemplo, dizia que a maior parte dos mitos que encontrou erram narrados por supostas testemunhas oculares e por um multidão de testemunhos. Por isso, crenças como Ressurreição e Nascimento Virginal não podem ser confirmados mediante esses critérios. Inclusive estou escrevendo um artigo sobre a “Historicidade do Mito”, tendo como tese a proposta que não se deve avaliar narrativas mitológicas ou suspeitamente mitológicas da mesma forma como se avalia narrativas históricas. <br /><br />3 – Brown derruba a possibilidade de Maria ter sido uma fonte na infância no livro “O Nascimento do Messias”. Creio que muita tradição remonte aos apóstolos, mas identificar quais é uma tarefa complicada. A origem da tradição pode ser individual, mas a transmissão e as metamorfoses com certeza são coletivas. <br /><br />4 – Você frisou as concordâncias. Mas as discordâncias são até mesmo mais significativas, por serem tão grosseiras e ambas as narrativas serem tão heterogêneas, trazendo tradições impares e dissonantes. Não estou convencido de que tradições como “nascimento em Belém”, “descendência de Davi”, “José não está envolvido na concepção de Jesus”, “Maria não teve relação”, entre outra seja realmente histórica. Existe tradição antiga contradizendo tais fatos em outras fontes. Além de serem propaganda religiosa para engrandecer a imagem de Jesus, o modelo de narrativa de muito desses fatos pertence à cultura helenística, não a judaica. A propensão a inventar era grande entre os cristãos, já que o conceito de verdade, mentira e ficção eram diferentes do nosso.Francisco Vieira Jr.https://www.blogger.com/profile/08442857286116290998noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6986760881037521773.post-33582872516770433912009-11-19T19:37:02.032-08:002009-11-19T19:37:02.032-08:00Quanto a questão das fontes, John.P. Méyer observo...Quanto a questão das fontes, John.P. Méyer observou:<br />"(...)Quaisquer concordâncias entre os dois [Mateus e Lucas] nessas narrativas se tornam historicamente significativas, em especial quando o critério da múltipla confirmação é invocado. Essas concordâncias em duas narrativas independentes e profundamente contrastantes representariam, no mínimo, um recurso a uma tradição mais antiga, e não a criação dos evangelistas".<br />- extraído de Um Judeu Marginal. Repensando o Jesus Histórico. Volume Um: As Raízes do Problema e da Pessoa, Rio de Janeiro, Imago, 1993,pp. 213-214.<br /><br />Então podemos ver um continuum básico entre Mateus e Lucas:<br />A – Ambos contextualizam o nascimento de Jesus durante o governo de Herodes Magno (Mt. 2.1; Lc. 1.27-34).<br />B – Maria não tivera relações com José antes de engravidar (Mt.1.18; Lc 1.27-34)<br />C – José não está envolvido na concepção de Jesus (Mt. 1.18-25; Lc. 1.34)<br />D – José é da linhagem de Davi (Mt. 1.16-20; Lc. 1.27; 2.4).<br />E – O anjo anuncia a concepção e o nascimento de Jesus ( Mt. 1.20-21; Lc. 1.28-30)<br />F – Jesus descende de Davi (Mt.1.1; Lc.1.32)<br />G – A designação do nome de Jesus antes do nascimento (Mt. 1.21; Lc. 1.31)<br />H - Jesus virá ao mundo concebido pela ação do Espírito Santo (Mt. 1.18- 20; Lc 1.35)<br />I – Jesus tem sua vocação como ‘Salvador’ da parte de Deus ( Mt.1.24-25; Lc. 2.11)<br />J – José e Maria se casaram antes de Jesus nascer (Mt. 1.24-25; Lc. 2. 4-7)<br />K – Jesus nasce em Belém (Mt. 2.1; Lc. 2.4-7)<br />L – A família vai residir em Nazaré (Mt. 2.22-23; Lc. 2.39-51)<br /><br />Claro que cada Evangelho é influenciada pela comunidade de onde vem, e cada editor escolheu quais aspectos do ensinamento de Jesus para enfatizar a servir o seu propósito ao escrever seu Evangelho, conferindo tonalidades de acordo com o que vivia e tinha como propósito ao escrever.<br />Mas Martin Hengel “Four Gospels And The One Gospel Of Jesus Christ”, e mais recente, Richard Bauckham “Jesus and the Eyewitnesses”, derrubaram as teses a respeito de transmissões orais por “rostos coletivos anônimos”, reportando-se a testemunhas dos eventos para obter legitimação. Isso não implica imparcialidade nem precisão técnica, mas sim um controle, sendo que este último ainda ressalta se reportar a personagens-chave conhecidos das comunidades (que incluiriam parentes de Jesus conversos) e líderes, como os da igreja de Jerusalém que seria um centro irradiador (e guardião) das tradições. A possibilidade inclusive de tradições provenientes da mãe de Jesus, Maria, ou do período do ministério do mesmo com os discípulos. Isso não tomando concordância com os dois em detalhes, de forma alguma, mas pegando um amálgama geral de ambas as contribuições (que poderiam também se somar a linha de crítica que Mark Goodacre faz à perspectiva de fontes que baliza as linhas das críticas das fonte mais radicais).<br /><br /><br />p.s. pelo que lembro, Méier afirmara que João requereria perto de 3 anos. Afirmou que Marcos 1 ano e Lucas e Mateus 1 ano e alguns meses, pelo menos. Mas afirmou também que eles não requerem que não possa ser mais do que esse período para o ministério de Jesus.informadordeopiniaohttps://www.blogger.com/profile/06489998336259307860noreply@blogger.com